26/03/2010

No segundo trimestre de 2010, voltamos à Quinta... com Livros



Durante o primeiro trimestre de 2010 e no âmbito das Comemorações do Bicentenário das Linhas de Torres, foi promovida uma comunidade de leitores na Biblioteca Municipal de Torres Vedras dedicada ao tema A Guerra Peninsular na Literatura.

Passado este período, retomaremos em Abril a nossa Comunidade de Leitores Quintas com Livros.

Para os próximos três meses do ano, escolhemos para debate algumas das obras seleccionadas para o Prémio Literário Correntes d'Escritas/ Casino da Póvoa.

Eis as nossas sugestões:

15 de Abril
(5ª feira)


Dinamização: Goretti Cascalheira

***
13 de Maio
(5ª feira)

(Obra vencedora)

Dinamização: Isabel Raminhos

***
17 de Junho
(5ª feira)


Dinamização: Isabel Raminhos

A Biblioteca Municipal de Torres Vedras tem exemplares destas obras disponíveis para empréstimo.

Boas leituras.

Até a próxima Quinta... Com livros!

A sombra da águia - uma outra forma de relatar a guerra


Anos mais tarde, depois da Rússia, de Leipzig e de Waterloo, em Santa Helena e quase a patinar, o Anão confiaria ao seu fiel companheiro de desterro, Les Cases, que em Sbodonovo a Virgem lhe tinha aparecido. Caso contrário, como é que se consegue explicar, Les Cases: um batalhão que nem sequer é francês e muda o rumo da batalha sovando os russos pela medida grande, ou seja passando pela pedra de amolar toda a bateria de artilharia com peças de doze e quatro ou cinco regimentos, príncipe Rudolfkovski incluído. Segundo os seus últimos biógrafos, o Ilustre fazia estas confidências enquanto cravava agulhas num bonequinho de cera que representava a efígie do seu carcereiro, Sir Hudson Lowe, o malvado inglês a quem o governo de Sua Majestade Britânica encarregou do exílio e da liquidação, naquela ilhota do Atlântico transformada em prisão, do homem que tinha passado vinte anos a jogar bowling com as coroas da Europa. Ali, nos longos serões do Inverno, rodeado pelos últimos fiéis, o Petit cabrão passava revista às lembranças gloriosas enquanto Les Cases e Bertrand bebiam Porto e tomavam notas para a posteridade...

Excerto do Cap. VIII - Confidências em Santa Helena, pág. 81, in Arturo Pérez-Reverte - A sombra da águia. Porto: Porto Editora, 2009. 120 p. ISBN 978-972-0-04515-7

23/03/2010

Venerando Aspra de Matos - Nota Biográfica

Venerando Aspra de Matos é professor de História da Escola Secundária Henriques Nogueira. Tem algumas obras publicadas sobre História Local e tem um mestrado em História Social Contemporânea do ISCTE.

18/03/2010

21 de Março - Dia Mundial da Poesia


Leva-me contigo - Post it's de Poesia

21 de Março é Dia Mundial da Poesia.

A partir de hoje, a Biblioteca Municipal oferece post it’s com poemas… procure-os e leve-os consigo.

Esperamos por si…

11/03/2010

Guerra Peninsular na literatura - A sombra da águia

24 Março 2010
(4ª feira)
21h00




A história de A sombra da águia é baseada num acontecimento real: em 1812, durante a Campanha da Rússia, num combate adverso para as tropas napoleónicas, um batalhão de antigos prisioneiros espanhóis, alistados à força no exército francês, tenta desertar, passando-se para os russos. Interpretando erroneamente o movimento, o Imperador encara-o como um acto de heroísmo e envia em seu auxílio uma carga de cavalaria que terá consequências imprevisíveis…


Dinamização: Venerando Aspra de Matos


LOCAL: Biblioteca Municipal de Torres Vedras
DURAÇÃO: 2 horas
PÚBLICO-ALVO: Adultos
INSCRIÇÕES/ CONTACTOS: Biblioteca Municipal de Torres Vedras
tel. 261 310 457
biblioteca@cm-tvedras.pt

08/03/2010

A fuga de Sharpe: a História na ficção

Bernard Cornwell procura a vastidão dos mares para escrever os seus romances. É o próprio que o assume, recusando entrevistas, apresentações públicas e outras formas de divulgação dos seus trabalhos. Durante cerca de seis meses, vai dando forma à vida dos personagens que convivem na sua imaginação.

Sharpe acompanha-o desde há muito. E, se os leitores portugueses, ao contrário dos demais, ainda não lhe conhecem todas as aventuras, vão descobrindo, uns atrás dos outros, cenários da História onde a presença de Mister Sharpe se encaixa subtil e intensamente.

No volume CAMPANHA DO BUÇACO. PORTUGAL 1810, mais uma vez entramos na aventura napoleónica em terras de Portugal. Massena e os seus homens preparam-se para cumprir as ordens de Napoleão: chegar a Lisboa. Mas as forças anglo-portuguesas estão de sobreaviso. Reorganizam-se. Preparam-se no mais estrito segredo as fortificações que a História passará a designar por "LINHAS DE TORRES VEDRAS". As populações procuram defender os seus bens, escondendo-os ou arrastando-os consigo, na infindável caminhada para lá das Linhas protectoras. Mas, na vida real, há sempre os heróis e os vilões. Tal como as personagens que nesta aventura se cruzam: Ferragus e seu irmão major Ferreira, traindo os interesse do reino em nome do proveito pessoal; o general Crawfurd, no alto da serra do Buçaco, comandando a Divisão de Ligeiros no meio da metralha incessante, apelando à vigança pelso ingleses mortos na Corunha; a preceptora inglesa Sarah, cuja vida se vê totalmente alterada pelos acontecimentos, e que acaba, coberta de lama, de mosquete na mão, a integrar um grupo de fugitivos; a portuguesa Joana, que pega em armas para garantir a sobrevivência num quotidiano repleto de perigos; e, sempre, Sharpe e o seu fiel harper, a ultrapassar todos os obstáculos, por mais difíceis que sejam.

Bernard Cornwell não nos desilude. Quando chegamos ao fim da aventura, ele coloca nas nossas mãos a possibilidade de entrar pela História. De conhecer mais. De confirmar a veracidade do que acabámos de ler. A "Nota Histórica" que finaliza o seu livro, é um novo ponto de partida. À nossa responsabilidade. Enquanto aguardamos que Sharpe e harper voltem a marchar.


por Manuela Catarino